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OTOA e Thelema

Atualizado: 29 de jun. de 2020

Frater Selwanga XVI°

A OTOA quando liderada por Ken Ward, em 1973, testemunhou a Lei de Thelema sendo adotada por vários estudantes do Monastério dos Sete Raios, o órgão de ensinamentos da OTOA. Entretanto, em nenhum momento a OTOA, como corpo esotérico e oculto, adotou a Lei de Thelema como um critério para a compreensão do trabalho da ordem ou considerou-se Thelêmica. O foco nas explorações e preferências individuais sempre estará no âmago da OTOA e, portanto, ter um mote ou dogma albergado na solidificação do celestial, como ocorre em todas ordens Maçônicas, não é desejável ao trabalho feito pelos membros da ordem.

Devemos nos lembrar de que a OTOA originou-se com Encausse passando o X° da OTO de Reuss a L. F. Jean-Maine em 1910. A cisão da OTO após a morte de Encausse em 1916, quando Bricaud continuou a OTO de Reuss e Jean-Maine continuou em uma direção diferente, influenciado pelo Menphis Misraim e por vertentes Gnósticas e Eclesiásticas, levou a um esvaziamento do caráter Maçônico em favor de uma inclinação mais iluminista, científica e espiritualista. Alesteir Crowley, que incrementou a Lei de Thelema in Anglia dentro da estrutura Maçônica da OTO, tomou o desenvolvimento da OTO em uma direção distinta da tomada no caso de Jean-Maine.

A Lei de Thelema não apresenta qualquer problema à OTOA, afinal ela trata de realizar seu propósito divino, de viver o emblema da alma em relação à lei cósmica maior e, assim, sobressair-se e torna-se o melhor – e o máximo – que se puder como ser humano na realização de seu potencial divino. O problema encontra-se mais em aceitar uma teologia ou ideia teosófica como válida para todos os membros, em vez disso, esta deve ser avaliada como um avenida possível de exploração oculta, como Bertiaux exemplificou na parte do “Vodoun Gnostic Workbook” chamada de “Aiwass physics”.

A OTOA não é uma ordem no sentido Maçônico, é mais uma rede de exploradores do oculto que estão unidos através do Monastério dos Sete Raios, no qual o foco está no trabalho feito no laboratório mágico e não estritamente na inspiração dada em execuções de rituais Maçônicos. Consequentemente, a OTOA não é avessa à Thelema, ocorre apenas que como modelo para uma rede heterogênea de cientistas ocultos e de espiritualistas ela é, como qualquer dogma formulado, limitante para a natureza exploradora da ordem.

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